ROBSON LUIZ DUARTE SILVA RGM 06891
PESQUISA SOBRE NOAM CHOMSKY
FACULDADE DAS AMÉRICAS
SÃO PAULO, 2012
ROBSON LUIZ DUARTE
SILVA RGM 06891
O FILÓSOFO NOAM CHOMSKY:
Pesquisa
biográfica, bibliográfica e documental, Professor Nestor J. Guerra, Pedagogia,
Filosofia, apresentando uma leitura das ideias e posicionamentos do linguista,
filósofo e ativista político Noam Chomsky.
FACULDADE DAS AMÉRICAS
SÃO PAULO, 2012
Biografia
Chomsky nasceu na cidade de
Filadélfia, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, filho de um estudioso
do hebraico e professor, William Chomsky. Em 1945, começou a estudar filosofia e
linguística na Universidade da Pensilvânia com Zellig Harris, professor com
cuja visão política ele se identificou. Antes de receber seu doutoramento em
Linguística pela Universidade da Pensilvânia em 1955, Chomsky realizou a maior
parte de sua pesquisa nos quatro anos anteriores na Universidade de Harvad como
pesquisador assistente. Na sua tese de Ph.D., um trabalho de mais de mil
páginas, desenvolveu a sua abordagem original às ideias linguísticas, tendo um
resumo sido publicado no seu livro de 1957 Syntactic Structures (Estruturas
Sintácticas), numa editora neerlandesa, por recomendação de Roman Jakobson.
A recensão crítica desta obra por Robert Lees teve um papel fundamental na sua
divulgação e reconhecimento como trabalho revolucionário.
Depois de receber o
doutoramento, Chomsky leciona no MIT há mais de 40 anos consecutivos, sendo
nomeado para a "Cátedra de Línguas Modernas e Linguística Ferrari P.
Ward". Durante esse período, Chomsky tornou-se publicamente muito
empenhado no activismo político e, a partir de 1964, protestou activamente
contra o envolvimento estadunidense na Guerra do Vietnam. Em 1969, publicou o
livro American power and the new mandarins (O poder estadunidense e
os novos mandarins), um livro de ensaios sobre essa guerra. Desde então,
Chomsky tornou-se mundialmente conhecido pelas suas idéias políticas, dando
palestras por todo o mundo e publicando inúmeras obras. A sua ideologia
política, classificada como socialismo libertário, rendeu inúmeros seguidores
dentro do campo da "esquerda" mas também muitos detratores em todos
os lados do espectro político. Durante este tempo, Chomsky continuou a
pesquisar, a escrever e a ensinar, contribuindo regularmente com novas
propostas teóricas que virtualmente definiram os problemas e questões centrais
da investigação linguística nos útimos 50 anos.
Em 1979, Paul Robinson
escreveu no New York Times Book Review que "Pelo poder, alcance,
inovação e influência de suas idéias, Noam Chomsky é indiscutivelmente o mais
importante intelectual vivo, hoje." Contudo, Robinson continua o artigo
dizendo que os trabalhos de Chomsky sobre Política são "terrivelmente
simplistas". Chomsky observa que "se não fosse por esta segunda
afirmação, eu era capaz de pensar que estava fazendo algo errado… é verdade que
o imperador está nu, mas o imperador não gosta que digam isto a ele, e os
cachorrinhos-de-colo do imperador como o The New York Times não vão
gostar da experiência se você o fizer".
Chomsky também tem recebido crédito
de grupos culturais. O grupo musical Rage Against the Machine leva cópias de
seus livros em suas turnês. A banda de grunge Pearl Jam tocou pedaços de falas
de Chomsky mixadas com algumas de suas músicas. O grupo de rock n`roll REM convidou
o linguista para palestrar antes de seus shows, o que Chomsky recusou.
Discursos de Chomsky têm sido apresentados em lados B dos álbuns da banda Chumbawamba
e outros grupos. O cantor e ativista político Bono Vox, do grupo irlandês U2, disse
que "Se o trabalho de um rebelde é derrubar o velho e preparar o novo,
então este é Noam Chomsky, um rebelde sem pausas, o Elvis da Academia… Como o
rock n'roll dos anos 1990 continua sendo atado nas mãos, é irônico que um homem
de 65 anos de idade tenha o real espírito rebelde".
A revista Rolling Stone escreveu
que Chomsky "está no nível de Thoreau e Emerson no campo da literatura da
rebelião". A Village Voice comentou que "Com que perspicácia
(Chomsky) não fica enrolando e realmente diz alguma coisa!". Uma resenha
no The Nation tinha a seguinte observação: "Não ler (Chomsky)… é cortejar
a genuína ignorância".
"Avram" é uma outra
forma de “Abraão”. "Noam" é uma palavra hebraica que significa
"desprazeroso", "sem prazer". "Chomsky é o nome eslavo
"Хомский". A pronúncia original, de acordo com o Alfabeto Fonético
Internacional, é [avram noam 'xomskij]. Geralmente é anglicizada para ['ævræm
'nəʊm 'tʃɒmᵖski] — ou ['ævræm 'noʊm 'tʃamᵖski] com o sotaque estadunidense.
Contribuição à Linguística
Syntactic Structures foi uma destilação do livro Logical Structure of Linguistic Theory
(1955) no qual Chomsky apresenta sua idéia da gramática gerativa. Ele
apresentou sua teoria de que os "enunciados" ou "frases"
das línguas naturais devem ser interpretados em dois tipos de representação
distintas: as "estruturas superficiais" correspondendo à estrutura
patente das frases, e as "estruturas profundas", uma representação
abstracta das relações lógico-semânticas das mesmas.
Esta distinção conserva-se
hoje, na diferenciação entre Forma Lógica e Forma fonética, embora o processo
de derivação transformacional com regras específicas tenha sido
substituído pela operação de princípios gerais. Na versão de 1957/65 da teoria
de Chomsky, as regras transformacionais (juntamente com regras de sintagmáticas,
phrase structure rules e outros princípios estruturais) governam ao mesmo
tempo a criação e a interpretação das frases. Com um limitado conjunto de
regras gramaticais e um conjunto finito de palavras, o ser humano é capaz de
gerar um número infinito de frases bem formadas, incluindo frases novas.
Chomsky sugere que a
capacidade para produzir e estruturar frases é inata ao ser humano (isto é, é
parte do patrimônio genético dos seres humanos) gramática universal. Não temos
consciência desses princípios estruturais assim como somos não temos
consciência da maioria das nossas outras propriedades biológicas e cognitivas.
As abordagens mais recentes,
como o Programa Minimalista são ainda mais radicais na defesa de
princípios económicos e óptimos na estrutura gramática universal.
Entre outras afirmações, Chomsky diz que os princípios gramaticais subjacentes
às linguagens são completamente fixos e inatos e que as diferenças entre as
várias línguas usadas pelos seres humanos através do mundo podem ser caracterizadas
em termos da variação de conjuntos de parâmetros (como o parâmetro pro-drop,
que estabelece se um sujeito explícito é obrigatório, como no caso da língua
inglesa, ou se pode ser opcionalmente deixado de lado (suprimido ou
elidido), como no caso do português, italiano e outras e outras).
Esses parâmetros são
freqüentemente comparados a interruptores. A versão da gramática generativa que
desenvolve a abordagem paramétrica é por isso designada princípios e
parâmetros. Nesta abordagem, uma criança que está a aprender uma língua
precisa adquirir apenas e tão somente os itens lexicais necessários (isto é, as
palavras) e fixar os parâmetros relevantes.
Esta abordagem baseia-se na
rapidez espantosa com a qual as crianças aprendem línguas, pelos passos
semelhantes dados por todas as crianças quando estão a aprender línguas e pelo
fato que as crianças realizarem certos erros característicos quando aprendem
sua língua-mãe, enquanto que outros tipos de erros aparentemente lógicos nunca
ocorrem. Isto sucede precisamente, segundo Chomsky, porque as crianças estão a
empregar um mecanismo puramente geral (isto é, baseado em sua mente) e não
específico (isto é, não baseado na língua que está sendo aprendida).
As idéias de Chomsky continuam
a influenciar significativamente a pesquisa que investigavam a aquisição de
linguagem pelas crianças, muito embora se tenham desenvolvido nesta área
abordagens neo-behaviouristas, ou mistas que privilegiam explicações baseadas
em mecanismos gerais de aprendizagem, com variantes emergentistas ou
conexionistas.
Gramática Ge(ne)rativa
A abordagem de Chomsky em
relação à sintaxe, freqüentemente chamada de gramática gerativa, embora
geralmente dominante, deu origem a escolas que dela divergem em aspectos
técnicos como a Gramática Lexical-Funcional ou a HPSG. Noutros
casos, há diferenças mais profundas, especialmente nas abordagens ditas funcionalistas,
em parte herdeira do legado da Escola de Praga.
A análise sintática de
Chomsky, muitas vezes altamente abstrata, se baseia fortemente em uma investigação
cuidadosa dos limites entre enunciados gramaticais e enunciados agramaticais
numa língua. Deve-se comparar esta abordagem aos assim chamados casos
patológicos (pathological cases) que possuem um papel semelhantemente
importante em matemática. Tais julgamentos sobre a gramaticalidade ou
agramaticalidade dos enunciados só podem ser realizados de maneira exata por um
falante nativo da língua, entretanto, e assim, por razões pragmáticas, tais
linguistas normalmente (mas não exclusivamente) focalizam seus trabalhos em
suas próprias línguas-mães ou em línguas em que eles são fluentes (geralmente
inglês, francês, alemão, holandês, italiano, japonês ou em uma das ramificações
idiomáticas do chinês).
Algumas vezes a análise da
gramática gerativa não tem funcionado quando aplicada a línguas que não foram
ainda estudadas. Desta maneira, muitas alterações foram realizadas na gramática
gerativa devido ao aumento do número de línguas analisadas. Entretanto, as
reivindicações feitas sobre uma linguística universal tem se tornado cada vez
mais fortes e não têm se enfraquecido com o transcorrer do tempo. Por exemplo,
a sugestão de Kayne, na década de 1990, de que todas as línguas têm uma ordem
Sujeito - Verbo - Objeto das palavras teria parecido altamente improvável na
década de 1960. Uma das principais motivações que estão por detrás de uma outra
abordagem, a perspectiva funcional-tipológica (ou tipologia linguística,
freqüentemente associada a Joseph H. O Greenberg), é basear hipóteses da
linguística universal no estudo da maior variedade possível de línguas, para
classificar a variação e criar teorias baseadas nos resultados desta
classificação. A abordagem de Chomsky é por demais profunda e a dependente do
conhecimento nativo da língua para seguir este método (embora tenha sido
aplicada a muitas línguas desde que foi criada).
Hierarquia de Chomsky
Chomsky é famoso por pesquisar
vários tipos de linguagens formais procurando entender se poderiam ser capazes
de capturar as propriedades-chave das línguas humanas. A hierarquia de Chomsky divide
as gramáticas formais em classes com poder expressivo crescente, por exemplo,
cada classe sucessiva pode gerar um conjunto mais amplo de linguagens formais
que a classe imediatamente anterior. De maneira interessante, Chomsky argumenta
que a modelagem de alguns aspectos de linguagem humana necessita de uma
gramática formal mais complexa (complexidade medida pela hierarquia de Chomsky)
que a modelagem de outros aspectos. Por exemplo, enquanto que uma linguagem
regular é suficientemente poderosa para modelar a morfologia da língua inglesa,
ela não é suficientemente poderosa para modelar a sintaxe da mesma. Além de ser
relevante em linguística, a hierarquia de Chomsky também tornou-se importante
em Ciência da Computação (especialmente na construção de compiladores) e na
Teoria de Autômatos.
Seu trabalho seminal em
fonologia foi The sound pattern of English, que publicou juntamente com
Morris Halle. Este trabalho é considerado ultrapassado (embora tenha sido
recentemente reimpresso). Chomsky não pesquisa nem publica mais na área de
fonologia.
Crítica da Linguística de Chomsky
Embora a abordagem de Chomsky
seja reconhecidamente uma das melhores da Linguística, ela tem sido criticada
por outros autores. Talvez a mais conhecida abordagem alternativa à posição de
Chomsky seja a de George Lakoff e de Mark Johnson. O trabalho destes
pesquisadores sobre Linguística cognitiva desenvolveu-se a partir da Linguística
de Chomsky, mas difere dela de maneira significativa. Especificamente,
argumenta contra os aspectos neo-cartesianos das teorias de Chomsky, eles
afirmam que Chomsky falha em não levar em conta a incorporação extensiva da
cognição. Como notado acima, a visão conexionista da aprendizagem não é
compatível com a abordagem de Chomsky. Também, desenvolvimentos mais recentes
em psicologia como, por exemplo, cognição localizada e psicologia discursiva não
são compatíveis com a abordagem chomskiana.
De maneira ainda mais radical,
os filósofos na tradição de Wittgenstein (como Saul Kripke) acham que a visão
Chomskyana é fundamentalmente errada quanto ao papel das regras no que tange a
cognição humana.
De maneira semelhante, os
filósofos das tradições da fenomenologia do existencialismo e da hermenêutica
se opõem aos aspectos abstratos neo-racionalistas do pensamento de Chomsky. O
filósofo contemporâneo que representa melhor esta visão é, talvez, Hubert
Dreyfus, também famoso (ou notório) pelos seus ataques contra a
inteligência artificial.
Contribuições à Psicologia
O trabalho de Chomsky
em Linguística teve implicações importantes para a Psicologia e foi um de seus
principais direcionamentos, durante o século XX. Sua teoria da gramática
universal foi uma crítica ao behaviorismo, bastante difundido em seu tempo, e
teve conseqüências no entendimento de como a linguagem é aprendida pelas
crianças e o que, exatamente, é a capacidade de interpretar linguagem. Alguns
poucos princípios desta teoria são aceitos (embora não necessariamente as
fortes reivindicações feitas pela abordagem de princípios e parâmetros descrita
acima).
Em 1959, Chomsky publicou uma
crítica - a qual obteve uma considerável repercussão - do livro Verbal
Behavior, escrito por B.F.Skinner, o mais aclamado dos psicólogos da tradição
psicológica behaviorista (ou, em português, comportamentalista). Essa teoria,
que domina a Psicologia Experimental na primeira metade do século XX e continua
até hoje, dizia que o comportamento verbal [operante] não era de uma natureza
diferente de outros comportamentos [natureza no sentido de algo que escape ao
mundo físico]. Skinner argumentava que o comportamento verbal, como qualquer
outro comportamento aprendido, poderia ser aprendida através das influências
ambientais que modelariam a aprendizagem da linguagem. Mas, vale-se ressaltar
que Skinner nunca negou [pelo contrario] a influência de mecanismos biológicos,
seja no uso da linguagem, ou em qualquer outro comportamento. O uso da
linguagem, segundo Skinner, podia ser aprendida através das pistas e do
condicionamento proveniente do mundo no qual aquele-que-aprende está imerso.
A crítica de Chomsky à metodologia
e à perspectiva comportamental, prepararam o caminho para o surgimento da
psicologia cognitiva como ela é hoje. Em seu livro de 1966, Linguística
Cartesiana e em trabalhos subsequentes, Chomsky cria uma explicação das
faculdades da linguagem humana que tornou-se, um modelo dentre outros, para
investigação em outras áreas da Psicologia. Muito da concepção atual de como a
mente trabalha vem diretamente de idéias que, nos tempos modernos, encontraram
em Chomsky seu primeiro autor. Mesmo embora as críticas de Chomsky tenham sido
refutadas por behavioristas, a mais famosa réplica foi a do behaviorista
Kenneth MacCorquodale. Entre outras coisas, ele mostra que Chomsky cometeu um
número enorme de equívocos ao criticar o livro de Skinenr e os behaviorismos e
explica o porquê da demora da réplica.
Existem três idéias chave:
- Primeiro, que a mente é "cognitiva", isto é, que a mente
realmente contém estados mentais, crenças, dúvidas e assim por diante. Na
filosofia behaviorista radical de Skinner, não é negada a existência de
crenças (ver autorregras) e dúvidas, e sim a consideração delas como
causas últimas do comportamento (a causa última do comportamento - verbal
ou não - está sempre no ambiente externo, que também é responsável pelo
surgimento de crenças, dúvidas etc). Chomsky quis mostrar que a maneira
mais comum de entender a mente, como ter coisas como crenças e mesmo
estados mentais inconscientes, tinha de estar certo.
- Segundo, Chomsky argumentou que muitas partes do que a mente adulta
podia fazer era "inata". Isto é, embora nenhuma criança nascesse
automaticamente sendo capaz de falar uma linguagem, todas as pessoas
nascem com uma capacidade poderosa de aprendizado da linguagem que permite
a eles dominar muitas linguagens muito rapidamente em seus primeiros anos
de vida.
Finalmente, Chomsky introduziu
o conceito de "modularidade", uma característica crítica da
arquitetura cognitiva da mente. A mente é composta de uma conjunto de
subsistemas especializados que interagem entre si e que apresentam fluxos de
intercomunicação limitados. Este modelo contrasta agudamente com a velha idéia
segundo a qual qualquer parte de informação na mente poderia ser
"acessada" por qualquer outro processo cognitivo. Ilusões ópticas, por
exemplo, não "podem ser desligadas" mesmo quando se reconhece serem
apenas ilusões.
Crítica da Ciência
Chomsky tem refutado
fortemente o deconstrucionismo e as críticas do pós – modernismo à Ciência:
"Tenho passado muito
tempo da minha vida a trabalhar em questões como estas, a utilizar os únicos
métodos que conheço e que são condenados aqui como "ciência",
"racionalidade", "lógica" e assim por diante. Portanto,
leio esses artigos com certa esperança de que eles me ajudassem a
"transcender" estas limitações, ou talvez me sugerissem um caminho
inteiramente diferente. Temo ter me desapontado. Reconheço que isso pode se
dever às minhas próprias limitações. Muito frequentemente meus olhos se
esgazeam quando leio discursos polissilábicos de autores do pós –
estruturalismo e do pós – modernismo. Penso que tais textos são, em grande
parte, feitos de truísmos ou de erros, mas isso é apenas um pequeno pedaço
dessa coisa toda. É verdade que há muitas outras coisas que eu não entendo:
artigos nas edições atuais dos periódicos de Matemática e de Física, por
exemplo. Mas existe uma diferença, neste último caso, eu sei como entendê-los,
e tenho feito isto em casos de particular interesse para mim; e eu também sei
que outras pessoas que trabalham nestes campos podem me explicar seu conteúdo
em meu nível, de modo que possa obter uma compreensão (embora às vezes parcial)
que me satisfaça. Em contraste, ninguém parece ser capaz de me explicar que o
último artigo "pós-isto-e-pós-aquilo" não seja (em sua maior parte)
outra coisa que não truísmos, erros ou balbúcios, de maneira que eu não sei o
que fazer para prosseguir com eles."
Chomsky nota que as críticas à
"ciência masculina branca" são muito semelhantes aos ataques
antissemitas e politicamente motivados contra a "Física judaica"
usada pelos nazistas para minimizar a pesquisa feita pelos cientistas judeus durante
o movimento Deustche Physik:
"De fato, por si só a
ideia de uma 'ciência masculina branca' me lembra, eu temo, a ideia de uma
"Física judaica". Talvez seja outra inaptidão minha, mas quando leio
um artigo científico, eu não consigo dizer se o autor é branco ou se é homem. O
mesmo é verdade para o problema do trabalho ser feito em sala de aula, no
escritório, ou em qualquer outro lugar. Eu duvido que os estudantes
não-masculinos, não-brancos, amigos e colegas com quem que trabalho não
ficassem deveras impressionados com a doutrina de que seu pensamento e sua
compreensão das coisas seria diferente da "ciência masculina branca"
por causa de sua "cultura ou gênero ou raça". Suspeito que
"surpresa" não seria bem a palavra adequada para a reação deles."
A influência em outros campos
Modelos Chomskianos têm
sido usados como uma base teórica em vários outros campos. A Hierarquia de
Chomsky é geralmente lecionada no ensino dos fundamentos da Ciência da
Computação.. Um sem-número de argumentos da Psicologia Evolucionária é derivado
dos resultados de suas pesquisas.
O Prémio Nobel da Medicina e
Fisiologia de 1984, Niels K.Jerne, usou o modelo gerativo de Chomsky para
explicar o sistema imunológico humano, equacionando "componentes de uma
gramatica gerativa, com várias características das estruturas das
proteínas". O título do trabalho de Jerne agraciado com o prémio foi
"A Gramática Gerativa do Sistema Imunológico".
Nim Chimpsky, um chimpanzé que aprendeu 125 sinais da Linguagem Americana de Sinais, teve
seu nome inspirado em Noam Chomsky.
Visão política
Chomsky é uma das
personalidades mais conhecidas da política de esquerda americana. Ele se define
politicamente na tradição do anarquismo, uma filosofia política que desafia
todas as formas de hierarquia. Ele se identifica especialmente com a corrente
do Anarcossindicalismo, orientada para a defesa do trabalhador. Diferentemente
de muitos anarquistas, Chomsky nem sempre luta contra a política eleitoral: ele
tem mesmo apoiado candidatos a cargos públicos. Ele se descreve como um
"companheiro de viagem" da tradição anarquista em oposição ao
anarquismo mais tradicional para explicar porque algumas vezes ele aceita
colaborar com o Estado.
Chomsky também tem dito que
ele se considera politicamente, na verdade, um conservador do tipo liberal
clássico. Ele também tem se definido como um sionista embora chame a atenção
para o fato de que sua definição de sionismo é considerada, por muitos, ser
anti – sionista atualmente. Ele diz isso em face de perceber ter havido uma
mudança no significado do conceito de "sionismo" desde a década de
1940. Sobre este assunto, em entrevista para a C-Span Book, ele disse:
"Eu sempre apoiei um lar étnico para os judeus na Palestina. Mas
isto é diferente de um estado judeu. Há uma forte motivação para um lar étnico,
mas se ele deve ser um estado judaico, ou um estado muçulmano, ou um estado
cristão, ou um estado branco, é um problema inteiramente diferente".
Além de tudo, Chomsky não gosta
dos tradicionais títulos e categorias políticas e prefere deixar sua abordagem
falar por ela mesma. Seus principais modos de ação incluem escrever artigos
para revistas e livros e proferir palestras engajadas politicamente. Ele tem
uma enorme quantidade de apoiadores pelo mundo todo, o que o faz algumas vezes
agendar suas palestras com dois anos de antecedência. Chomsky foi um dos
principais palestrantes do Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre –
Brasil, no ano de 2002.
A visão sobre o terrorismo
Chomsky difere da abordagem
convencional pelo fato de ver o Terrorismo de Estado como o problema mais
predominante, em oposição ao terrorismo praticado por movimentos políticos
marginais. Ele distingue claramente entre o ato de matar civis do ato de atacar
pessoal militar e suas instalações. Ele demonstra daí que as causas, as razões
e os objetivos não justificam atos de terrorismo. Para Chomsky, o terrorismo é
objetivo, não relativo. Ele afirma "Assassinato de civis inocentes é
terrorismo, não guerra contra o terrorismo".
Primeiro, temos o fato de que o terrorismo funciona. Ele não falha. Ele
funciona. Violência geralmente funciona. Essa é a história do mundo. Em segundo
lugar, é um erro de análise muito sério dizer, como comumente é dito, que o terrorismo
é a arma dos fracos. Como outros meios de violência, ela é, surpreendentemente
e principalmente, na verdade uma arma dos fortes. Tem-se como verdade que o
terrorismo é principalmente uma arma dos fracos porque os fortes também
controlam os sistemas doutrinários e estes afirmam que o terror dos fortes não
conta como terror. Agora, isso está perto de ser universal. Eu não consigo
achar uma exceção histórica, mesmo os piores assassinos em massa viam o mundo
desta maneira. Veja o caso dos nazistas. Eles não estavam a realizar terror
quando estavam ocupando a Europa. Eles estavam a proteger a população local do
terrorismo dos partisans. E, à semelhança de outros movimentos de resistência,
o que existia era terrorismo. E o que os nazistas estavam a praticar era o
contra terrorismo.
Crítica ao governo dos Estados Unidos
Chomsky tem sido um crítico
coerente e contundente do governo norte-americano. Em seu livro 9-11,
uma série de entrevistas sobre os ataques terroristas de 11 de setembro de
2001, ele afirma, como já tinha afirmado antes, que o governo dos Estados
Unidos é o Estado Terrorista líder, nos tempos modernos.
Chomsky tem criticado o
governo do seu país pelo seu envolvimento na Guerra do Vietnã e no mais amplo conflito
da Indochina, assim como pela interferência em países da América Central e
da América do Sul e pelo apoio militar a Israel, Arábia Saudita e Turquia.
Chomsky focaliza sua crítica mais intensa nos regimes amigos do governo dos
Estados Unidos enquanto critica seus inimigos oficiais - como a antiga União
Soviética e Vietnã do do Norte somente de passagem. Ele explica este
comportamento com o seguinte princípio: "é mais importante avaliar ações
que você tem mais possibilidade de influenciar." Sua crítica da antiga
União soviética e da República Popular da China tem tido algum efeito nesses
países pois ambos os governos censuraram seu trabalho, com o banimento da
publicação de seus livros.
Chomsky tem repetidamente
enfatizado sua teoria de que a maior parte da política externa dos Estados
Unidos é baseada no "perigo do bom exemplo" o qual ele diz que é um
outro nome para a teoria do dominó. O "perigo do bom exemplo"
é representado por um país que conseguisse se desenvolver com sucesso
independentemente do capitalismo e da influência dos Estados Unidos e desta
maneira apresentasse um modelo para outros países nos quais este país tem
fortes interesses econômicos.
Isto, diz Chomsky, tem feito
com que o governo norte-americano repetidamente intervenha para impedir
movimentos “socialistas” e outros movimentos "independentes" mesmo em
regiões do mundo nas quais ele não tem interesses econômicos e de segurança
significantes. Em um de seus mais famosos livros, What Uncle Sam Really
Wants, Chomsky utiliza esta teoria particular como uma explicação para as
intervenções do governo norte-americano na Guatemala, no Laos, na Nicarágua e
em Granada.
Chomsky também acredita que as
políticas da Guerra Fria do governo norte-americano não foram inteiramente
modelados pela paranoia antissoviética mas, mais que isso, buscava a
preservação da ideologia econômica e ideológica norte-americana no mundo. Como
escreveu em seu livro Uncle Sam: "O que os Estados Unidos querem é
'estabilidade', e isto quer dizer segurança para as classes altas e para as
grandes empresas multinacionais".
Embora quase sempre seja um
crítico da política externa do governo norte-americano, Chomsky também sempre
tem expressado sua admiração pela liberdade de expressão usufruída pelos
cidadãos desse país em grande número de suas entrevistas e livros. Mesmo em
relação a outras democracias ocidentais, tais como a França e o Canadá, menos
liberais na defesa da liberdade de debater que os Estados Unidos, Chomsky não
hesita em criticar esses países por isto, como mostra o affair Faurisson.
Esta sutileza parece não ser notada pelos críticos de Chomsky, os quais
consideram sua visão da política externa americana como um ataque a todos os
valores da sociedade americana.
Visões e perspectivas:
Sobre socialismo
Chomsky se opõe profundamente
ao sistema de "capitalismo de estado da grande empresa" praticado
pelos Estados Unidos e seus aliados. Ele apóia as idéias anarquistas (ou
"socialistas libertários") de Mikail Bakunin e exige liberdade
econômica além do "controle da produção pelos próprios trabalhadores e não
por proprietários e administradores que os governem e tomem todas as
decisões".
Chomsky refere-se a isto como
o "socialismo real" e descreve o socialismo no estilo soviético como
semelhante, em termos de controle totalitário, ao capitalismo no estilo
norte-americano. Ambos os sistemas se baseiam em tipos e níveis de controle
mais do que em organização ou eficiência. Na defesa desta tese, Chomsky refere
por vezes que a filosofia da administração científica proposta por Frederick
Winslow Taylor foi a base organizacional para o maciço movimento de
industrialização soviético e, ao mesmo tempo, o modelo de empresarial
norte-americano.
Chomsky tem buscado iluminar
os comentários de Bakunin sobre o estado totalitário como uma previsão para o brutal
estado policial que iria se instaurar em seguida à revolução soviética.
Reafirma a opinião de Bakunin: "…após um ano [..] a ordem revolucionária
irá se tornar muito pior que a do próprio czar" que é construída sobre a
idéia de que o estado tirano soviético era simplesmente um crescimento natural
da ideologia de controle de estado bolchevique. Ele também chamou o comunismo
soviético de "falso socialismo" e disse que, contrariamente ao que
muitos nos Estados Unidos diziam, o colapso da União Soviética devia ser
considerada uma "pequena vitória para o socialismo" e não para o
capitalismo.
Em "For Reasons of
State", Chomsky advoga que ao invés de um sistema capitalista no qual
as pessoas sejam "escravos assalariados" ou um estado autoritário no
qual as decisões sejam tomadas por um comitê central, uma sociedade devia
funcionar sem pagamento do trabalho. Ele argumenta que as pessoas de todas as
nações deviam ser livres para realizar os trabalhos que escolhessem. As pessoas
deveriam ser livres para fazer o que eles quisessem e o trabalho que eles
voluntariamente escolhessem deveria ser ao mesmo tempo "recompensador em
si mesmo" e "socialmente útil". "A sociedade seria dirigida
sob um sistema de anarquismo pacífico sem a necessidade das instituições do
"estado" ou do "governo". Os serviços necessários mas que
fossem fundamentalmente desagradáveis – se existissem -, seriam também
igualmente distribuídos a todos.
Análise dos meios de comunicação de massa
Outra parte importante do
trabalho político de Chomsky é a análise dos meios de comunicação de massa (especialmente
dos meios norte-americanos), de suas estruturas, de suas restrições e do seu
papel no apoio aos interesses das grandes empresas e do governo americano.
Diferentemente dos sistemas
políticos totalitários, nos quais a força física pode ser facilmente usada para
coagir a população como um todo, as sociedades mais democráticas como os
Estados Unidos precisam se valer de meios de controle bem menos violentos. Em
uma frase freqüentemente citada, Chomsky afirma que "a propaganda
representa para a democracia aquilo que o cacetete (isto é, a polícia política)
significa para o estado totalitário."
Em A Manipulação do Público,
livro escrito em conjunto por Edward S. Herman e Noam Chomsky, os autores
exploram este tema em profundidade e apresentam o seu modelo da propaganda dos
meios de comunicação com numerosos estudos de caso extremamente detalhados para
demonstrar seu funcionamento.
Um viés social pode ser
definido como inclinação ou tendência de uma pessoa ou de um grupo de pessoas
que impede julgamentos e políticas imparciais e justas para a sociedade
entendida como um sistema social integral.
A teoria de Herman e Chomsky
explica a existência de um viés sistêmico dos meios de comunicação em termos de
causas econômicas e estruturais ao invés de uma conspiração criada por algumas
pessoas contra a sociedade.
Em resumo, o modelo mostra que
esse viés deriva da existência de cinco filtros que todas as notícias precisam ultrapassar
antes de serem publicadas e que, combinados, distorcem sistematicamente a
cobertura das notícias pelos meios de comunicação.
Em 2003, o secretário de
Estado Colin Powell dirigiu-se ao Conselho de Segurança da ONU e apresentou uma
combinação de imagem e inteligência manipuladas de sinais o Iraque não tinha
desarmado.Essas imagens foram mundialmente veiculada por inumeros jornais no
mundo como evidências de falha do Iraque de sanitização de depósitos de
munições nucleares e de armas químicas e justificando uma guerra.
1. O primeiro filtro - o da
propriedade dos meios de comunicação - deriva do fato de que a maioria dos
principais meios de comunicação pertencem às grandes empresas (isto é, às
"corporations").
2. O segundo - o do
financiamento - deriva do fato dos principais meios de comunicação obterem a
maior parte de sua receita não de seus leitores mas sim de publicidade (que,
claro, é paga pelas grandes empresas). Como os meios de comunicação são, na
verdade, empresas orientadas para o lucro a partir da venda de seu produto - os
leitores! - para outras empresas - os anunciantes! - o modelo de Herman e
Chomsky prevê que se deve esperar a publicação apenas de notícias que reflitam
os desejos, as expectativas e os valores dessas empresas.
3. O terceiro filtro é o fato
de que os meios de comunicação dependem fortemente das grandes empresas e das
instituições governamentais como fonte de informações para a maior parte das
notícias. Isto também cria um viés sistêmico contra a sociedade.
4. O quarto filtro é a crítica
realizada por vários grupos de pressão que procuram as empresas dos meios de
comunicação para pressioná-los caso eles saiam de uma linha editorial que esses
grupos acham a mais correta (isto é, mais de acordo com seus interesses do que
de toda a sociedade).
5. As normas da profissão
jornalista, o quinto filtro, referem-se aos conceitos comuns divididos por
aqueles que estão na profissão do jornalismo.
O modelo descreve como os
meios de comunicação formam um sistema de propaganda descentralizado e não
conspiratório que, no entanto, é extremamente poderoso. Esse sistema cria um
consenso entre a elite da sociedade sobre os assuntos de interesse público
estruturando esse debate em uma aparência de consentimento democrático mas
atendendo os interesses dessa elite.
No entanto, isso é feito às
custas da sociedade como um todo que, naturalmente, compõem-se de mais pessoas
que aquelas que compõe sua elite. Uma conspiração, nos Estados Unidos, é um
acordo entre duas ou mais pessoas para cometer um crime ou realizar uma ação
ilegal contra a sociedade. Para os autores o sistema de propaganda não é
conspiratório porque as pessoas que dele fazem parte não se juntam
expressamente com o objetivo de lesar a sociedade, mas é isso mesmo que acabam
fazendo em função dos vieses descritos.
Chomsky e Herman testaram seu
modelo empiricamente tomando "exemplos pareados", isto é, pares de
eventos que são objetivamente muito semelhantes entre si, exceto que um deles
se alinha aos interesses da elite econômica dominante, que se consubstanciam no
interesse das grandes empresas, e o outro não se alinha.
Eles citam alguns de tais
exemplos para mostrar que nos casos em que um "inimigo oficial" da
elite realiza "algo" (tal como o assassinato de um líder religioso),
a imprensa investiga intensivamente e devota uma grande quantidade de tempo à
cobertura dessa matéria. Mas quando é o governo da elite ou o governo de um
país aliado que faz a mesma coisa (assassinato do religioso ou coisa ainda
pior) a imprensa minimiza a cobertura da história.
De maneira crucial, Herman e
Chomsky também testam seu modelo num caso que muitas vezes é tomado como o
melhor exemplo de uma imprensa livre e agressivamente independente: a cobertura
dos meios de comunicação da Ofesiva do Tet durante a Guerra do Vietnã.
Mesmo neste caso, eles encontram evidências que a imprensa estava se
comportando subservientemente aos interesses da elite.
A despeito de todas as
evidências - e exatamente como ele próprio prediz! - o modelo de propaganda (e
a maior parte da política de Chomsky) tem sido olimpicamente ignorada ou
distorcida pelos meios de comunicação (e sem nenhuma refutação).
Chomsky e o Oriente Médio
"Chomsky cresceu … dentro
de uma tradição cultural hebraica e sionista ". Seu pai era um dos mais
distinguidos eruditos da língua hebraica e ensinava em uma escola religiosa.
Chomsky também tinha tido uma fascinação e um envolvimento de longa data dentro
da esquerda sionista. Como ele mesmo descreveu:
"Eu estava profundamente
interessado nos....assuntos e nas atividades sionistas - isto é, naquilo que na
época era considerado sionismo - embora as mesmas idéias e preocupações sejam
atualmente chamdas de antissionistas. Eu estava interessado em opções
socialistas e bi-nacionalistas para a Palestina, nos Kibutz e no sistema de
trabalho cooperativo integral que tinha se desenvolvido nos assentamentos
judeus realizados lá (o Yishuv)… As vagas idéias que eu tinha nesse tempo
(1947) eram ir à Palestina, talvez a um kibutz, tentar envolver-me nos esforços
de cooperação árabe-judaico dentro de uma estrutura socialista oposta ao
sistema profundamente antidemocrático de um estado judeu (uma posição que era
muito bem considerada dentro da ala dominante do sionismo)".
Ele critica fortemente a
política de Israel diante dos vizinhos palestinos e árabes. Entre muitos
artigos e livros sobre este tema, seu livro The Fateful Triangle é
considerado um dos principais textos que se opõem ao tratamento que Israel dá
aos palestinos e o apoio que os Estados Unidos dão aos governos israelenses.
Chomsky também condenava o
papel de Israel na "liderança do terrorismo de estado" quando
realizava a venda de armamentos para a África do Sul (nos tempos do apartheid)
e para países da América Latina governados por governos-títeres dos americanos,
como por exemplo a Guatemala na década que se inicia em 1980. Ele condenava
também os paramilitares de direita apoiados pelos norte-americanos (ou, de
acordo com Chomsky, terroristas) tais como os contras nicaraguenses.
Além disso, ele tem
constantemente condenado pelos Estados Unidos darem seu apoio militar,
financeiro e diplomático incondicional aos governos israelenses que se sucedem
no tempo.
Chomsky caracteriza Israel
como um "estado mercenário" dentro do sistema de hegemonia dos
Estados Unidos. Ele também tem criticado ferozmente setores da comunidade
judaica por seu papel em obter esse apoio incondicional dos americanos,
afirmando que "eles devem mais propriamente ser chamados de 'apoiadores da
degeneração moral e, em última análise, da destruição de Israel'". Ele
afirma da Liga Anti-Difamação (ADL, das inciais do nome da organização em
inglês):
"O órgão oficial líder da
monitoração do antissemitismo, a Liga Anti-Difamação do B’nai B’rith
interpreta o antissemitismo com uma falta de vontade em conformar-se a suas
exigências no que diz respeito ao apoio às autoridades israelenses… A lógica é
clara e direta: antissemitismo é a oposição aos interesses de Israel (como
entendidos pela ADL).
A ADL virtualmente abandonou
seu papel anterior de organização de direitos civis, tornando-se 'um dos
pilares principais' da propaganda de Israel dentros dos Estados Unidos, como
por acaso a imprensa israelense a descreve, engaja em vigilância, criação de
listas negras, compilação de dossiês ao estilo do FBI que são circulados entre
os associados com o objetivo de difamação, respostas públicas raivosas contra
críticas feitas a ações realizadas por Israel e assim por diante. Esses esforços,
sublinhados por insinuações ou acusações diretas de antissemitismo, têm como
objetivo defletir ou minar qualquer oposição às políticas de Israel, incluido
aqui sua recusa, com o apoio dos Estados Unidos, de revisar sua política geral
de assentamentos de colonos judeus."
Prêmios e Reconhecimento
É membro da Academia Nacional
de Ciências dos EUA (desde 1972), da Sociedade Americana de Filosofia (desde
2004), da Academia de Artes e Ciências da Sérvia, da Academia Americana de
Artes e Ciências e membro honorário da Associação Internacional de Intérpretes
e Tradutores Profissionais.
Em 1984, recebeu o Prêmio por
Contribuições Científicas Relevantes da Associação Americana de Psicologia.
Recebeu duas vezes (em 1987 e
em 1989 com Edward S. Herman) o Prêmio Orwell do Conselho Nacional de
Professores de Inglês.
Em 1988, recebeu o Prêmio
Kyoto na categoria Ciências Básicas.
Em 1996, recebeu a Medalha
Helmholtz, a qual é entregue a cada dois anos pela Academia Berlim-Brandenburgo
de Ciências e Humanidades.
Em 1999, recebeu do Instituto
Franklin a Medalha Benjamim Franklin na categoria Ciência Cognitiva e da
Computação "Pelas suas contribuições para o campo da linguística e seus
efeitos na ciência da computação, e insight nos processos do pensamento humano."
2002: Prêmio Adela Dwyer - St.
Thomas of Villanova Peace Award do Centro para a Paz e a Justiça da
Universidade Villanova.
Em 26 de novembro de 2002, foi
concedida a ele uma Honorary Fellowship na Sociedade Histórica e Literária da
Universidade College Dublin, Irlanda.
Em 23 de março de 2010,
recebeu o Prêmio Erich Fromm em Stuttgart, Alemanha.
Em 1º de junho de 2011,
recebeu o Prêmio Sydney da Paz.
Possui um Número de Erdõs
igual a 4.
De acordo com o Institute for
Scientific Information, os 10 autores com o maior número de citações (Arts and
Humanities Citation Index) em periódicos acadêmicos entre 1980 e 1992 são, em
ordem: Marx, Lenin, Shakespeare, Aristóteles, a Bíblia, Platão, Freud, Noam
Chomsky, Hegel e Cícero. Desses, Chomsky é o único vivo.
Bibliografia
Referências
Artigos
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