domingo, 20 de maio de 2012

4 - Pesquisa Noam Chomsky Linguista e ativista político norte-americano NOAM CHOMSKY 7/12/1928, Filadélfia, Estados Unidos Noam Chomsky Biografia: Noam Chomsky é um linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Além da sua investigação e ensino no âmbito da linguística, Chomsky é conhecido pelas suas posições políticas de esquerda e pela sua crítica da política externa dos Estados Unidos. Chomsky descreve-se como um socialista libertário Da Página 3 Pedagogia & Comunicação Uma espécie de guru do movimento anticapitalista no mundo de hoje - assim podemos caracterizar Noam Chomsky. Esse acadêmico, professor de linguística e filosofia no Massachusetts Institute of Technology (MIT), é também um ativista político incansável em suas manifestações contra o capitalismo americano. A família de Chomsky era de imigrantes russos. O pai, William Chomsky, foi notável estudioso da língua hebraica. Em 1945, Noam Chomsky iniciou estudos de linguística e de filosofia na Universidade da Pensilvânia. Em 1949, casou-se com a linguista Carol Schatz, com quem teria dois filhos. No início dos anos 1950, graças a uma bolsa de estudos, Chomsky realizou pesquisas na Harvard University. Em 1955, concluiu o doutorado na Universidade da Pensilvânia. Dois anos depois, publicou "Estruturas Sintáticas". Nele, Chomsky criou o modelo da gramática generativa, que revolucionou os estudos da linguagem. Desde 1955, Chomsky é professor e pesquisador do MIT, onde obteve a cátedra de línguas modernas e linguística, com atividade acadêmica e científica intensa e ininterrupta. Publicou diversos ensaios e estudos teóricos, como "Reflexões sobre a Linguagem", "Linguagem e Mente" e "A Gramática Generativa". Paralelamente à pesquisa filosófica e linguística, tornou-se ativista político de grande popularidade não só nos EUA, mas também na Europa e no Terceiro Mundo. A partir de 1964, começou a lutar contra o envolvimento norte-americano na guerra do Vietnã. Em 1969, publicou "American Power and the New Mandarins", que alcançou grande repercussão. Chomsky passou a dar palestras e divulgar suas idéias políticas a platéias cada vez mais numerosas. Conquistou tanto seguidores, muitos deles no campo da mídia, quanto detratores, que consideram sua visão de mundo simplória. Em 1978, publicou "Human Rights and Foreign Policy", outra obra de grande popularidade. Atacando a política externa norte-americana, Chomsky tornou-se uma referência nos meios políticos de esquerda. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, as intervenções de Chomsky viram-se ainda mais valorizadas, com a questão do terrorismo e do intervencionismo na ordem do dia. Gramática Transformacional Por Paula Perin dos Santos Quando Noam Chomsky publicou pela primeira vez em livro sua teoria da Gramática Transformacional (1957), sua obra causou grande agitação nos meio linguísticos porque representava um desafio aos fundamentos das gramáticas estruturais e também às teorias behavioristas de aquisição da linguagem. No primeiro capítulo de Aspects, ele afirma que a aprendizagem da língua não é uma questão de hábito e condicionamento, mas um processo criativo, uma atividade cognitiva e racionalista, e não uma resposta a estímulos externos. A exigência de uma escrita que seja formal é um ponto pacífico para que essa teoria da linguagem seja explicativa e científica. Assim, Chomsky promove um crescente rigor formal ao tratar das questões linguísticas, promovendo a formalização dos estudos linguísticos. Com a finalidade de realizar seu projeto teórico-científico, Chomsky elege a Gramática Transformacional (capacidade de mudar) como a que melhor abrange as estruturas (sintáticas) da linguagem. Primeiramente, ele propõe que a Gramática Transformacional tenha dois tipos de regras: as sintagmáticas, que geram estruturas abstratas e as de transformação, que convertem essas estruturas abstratas em sequências terminais, que são as frases da língua. Com o desenvolvimento de sua teoria, Chomsky instituiu – além da estrutura superficial (ES), que é a unidade tal como elas se apresentam nas frases realizadas – a noção de estrutura profunda (EP), que é subjacente à superficial e onde se representam as formas abstratas. Ambas as estruturas se relacionam através de transformações (frásicas). Seu livro, Aspects of the Theory of Syntax (1965) é uma referência necessária para conhecer o gerativismo. É conhecida também como teoria-padrão. Nela, o modelo frásico tem três componentes: o central (sintático) e dois interpretativos (o semântico e o fonológico). O sintático é formado pela base do enunciado, que gera as estruturas profundas e pelas transformações, que levam às estruturas superficiais. Já os dois componentes interpretativos incidem sobre o componente sintático, a saber: o semântico, sobre a EP; o fonológico, sobre a ES. Após essa teoria, Chomsky propõe, em 1972, a teoria-padrão ampliada e em 1976, a teoria-padrão ampliada revista. Essas propostas têm sempre o mesmo objetivo: valorizar cada vez maior a ES, dando menos importância à EP, desprestigiando o papel das transformações. Essas várias reformulações em sua teoria levantam o questionamento se era realmente necessário fazer essa distinção entre ES e EP. Se não era, a contribuição da gramática transformacional foi realmente ideológica: serviu para desmontar a concepção comportamental da linguagem que sustentava o estruturalismo. A gramática transformacional apresenta duas contribuições importantes para o ensino de línguas: a primeira contribuição é que a gramática transformacional tornou explícita “as capacidades que o estudante de línguas precisa ter para aproximar-se da competência de um falante nativo”, isto é, a capacidade de distinguir sentenças gramaticais de não-gramaticais, capacidade de produzir e compreender um número infinito de sentenças gramaticais. A segunda é que, mesmo um exame cuidadoso dessas capacidades não forneça necessariamente uma resposta de como são adquiridas, é evidente que há certos modos pelos quais é muito improvável que sejam adquiridas. Contudo, os recortes e exclusões feitos voluntariamente por Chomsky e Saussure deixam de lado a situação real de uso (o desempenho, em um; a fala, no outro) para ficar com o que é virtual e abstrato (a competência e a língua), ambos seguindo a tendência formalista. Fontes LIMA, Eni Marins de. Teoria Transformacional e Ensino de Línguas. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, 1981. ORLANDI, Eni Pulcinelli. O que é Linguística. Série Princípios. São Paulo, Ática. PESQUISAS EM AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM Gabriela Castro Menezes de Freitas - PUCRS As pesquisas em aquisição da linguagem constituem uma área multidisciplinar, no caminho entre teorias lingüísticas e psicológicas. Os pesquisadores que investigam essa área têm como questão central descobrir como se dá a aquisição de uma língua. Muitas pesquisas têm sido desenvolvidas no sentido de desvendar essa questão, porém ainda há muito a ser pesquisado, configurando um campo produtivo para a realização de estudos teóricos e empíricos. 1. Dos primeiros passos até os dias de hoje: o caminho das pesquisas As primeiras pesquisas sobre aquisição da linguagem foram realizadas entre 1876 e 1926 e preocupavam-se em observar o surgimento e o desenvolvimento da linguagem nas crianças. Esses estudos iniciais eram baseados em diários elaborados por lingüistas e filólogos a partir do registro da fala espontânea dos próprios filhos. Esses diários tinham como objetivo registrar o que as crianças faziam com relação à linguagem, a partir de uma observação constante, configurando, assim, pesquisas longitudinais (1). Eram trabalhos descritivos e relativamente intuitivos, pois os pesquisadores não sabiam ainda ao certo o que estavam procurando. Entre 1926 - 1957 se deu o período dos estudos de grandes amostras, quando cresceu significativamente o número de pesquisas sobre aquisição da linguagem. Esses estudos eram baseados na observação sistemática de vários sujeitos, objetivando descrever o que é o comportamento normal em aquisição da linguagem. Essas observações de grandes grupos perdiam, no entanto, desenvolvimentos individuais importantes. Através das pesquisas de Chomsky (2), os estudos longitudinais passaram a ser considerados, baseando-se na observação do desenvolvimento da linguagem de um determinado número de indivíduos, em geral três crianças. A partir da década de 80, vários bancos de dados foram formados, buscando-se um volume representativo da fala de crianças em fase de aquisição da linguagem. Os registros da fala das crianças começaram a ser gravados em áudio ou vídeo, por um tempo determinado, periodicamente, para depois serem transcritos (Scarpa, 2003). Com isso, objetiva-se construir uma amostra representativa para estudar como o conhecimento é adquirido. Desde então, são realizadas pesquisas transversais (3) e longitudinais, com variado número de sujeitos e desde a mais tenra idade. 2. As abordagens teóricas em aquisição da linguagem Os primeiros estudos sobre a aquisição da linguagem estavam baseados em uma visão teórica behaviorista (Skinner), que assumia que a aprendizagem de uma língua se dava pela exposição ao meio e em decorrência da imitação e do reforço. O ponto de vista teórico behaviorista defendia que o ser humano aprende por condicionamento, assim como qualquer outro animal. Porém, como pondera Matzenauer (2004), se uma criança adquire uma língua por imitação, como se explicaria o fato de formar frases ou palavras que nunca ouviu? A partir do final da década de 50, os estudos de Noam Chomsky impulsionam os trabalhos em aquisição da linguagem, com base na posição assumida de que a linguagem é inata. Para o pesquisador, a linguagem é uma dotação genética do ser humano. Segundo a teoria inatista, o ser humano vem "equipado" com uma Gramática Universal (GU). Há um dispositivo inato de aquisição que permite que a criança, exposta ao INPUT (5), construa hipóteses sobre a língua, escolhendo os parâmetros que deverão ser marcados ou fixados, gerando a gramática de sua língua nativa (Scarpa, 2003). A criança nasce pré-programada para adquirir a linguagem e é capaz de, a partir da exposição à fala, construir suas hipóteses sobre a língua a que está imersa. A visão cognitivista construtivista (Piaget) entende a aquisição da linguagem como dependente do desenvolvimento da inteligência da criança. Sob esse ponto de vista, a linguagem surge quando a criança desenvolve a função simbólica. É necessária a mediação do outro entre a criança e o mundo (Scarpa, 2003), porém a criança não espera passivamente o conhecimento, mas constrói tal conhecimento a partir das relações estabelecidas através dessa mediação. A visão interacionista social (Vygotsky) considera os fatores sociais, comunicativos e culturais para a aquisição da linguagem, estudando as características da fala dos adultos. Segundo esse ponto de vista teórico, a interação social e a troca comunicativa são pré-requisitos básicos para a aquisição da linguagem. Nessa perspectiva, a linguagem é atividade constitutiva do conhecimento de mundo e a criança se constrói como sujeito. Nos últimos anos, surgiram muitas investigações que pretendem descobrir como se dá, no cérebro/mente, a aquisição da linguagem. Desde então, as pesquisas na área conexionista (McClelland e Rumelhart, 1986) investigam a aprendizagem da língua materna ou de segunda língua. O conexionismo propõe que a aquisição tem como base a formação de unidades neuroniais de pensamento. Essas unidades neuroniais formam redes de associação. Dessa forma, adquirir conhecimento ou adquirir uma língua implica o estabelecimento de novas conexões neuroniais. 3. Os estágios de desenvolvimento em aquisição da linguagem A trajetória do desenvolvimento da linguagem parece ser universal e contínua, passando pelos seguintes estágios: • balbucio - produção de sons: vogais (3-4 meses); consoantes e vogais (em torno dos 6 meses); • primeiras palavras - entre os 10 e 12 meses; • enunciados de uma palavra - em torno dos 12 meses; • crescimento vocabular grande - entre os 16 e 20 meses; • fase telegráfica - primeiras combinações de palavras, entre os 18 e 20 meses; • explosão vocabular - entre os 24 e 30 meses; • domínio das estruturas sintáticas e morfológicas - entre os 3 anos e 3 anos e meio; 4. Pesquisas realizadas, pesquisas por realizar... No Brasil, muitas pesquisas sobre aquisição da linguagem têm sido realizadas nos últimos anos, porém ainda há muito a pesquisar sobre a aquisição e o desenvolvimento da fala. Dentre os temas abordados em pesquisas, podem-se citar os estudos pré-lingüísticos, que investigam o balbucio de crianças com desenvolvimento normal e de crianças surdas, a percepção e a produção do bebê, e a interação entre os pais e o bebê. Ainda existem as pesquisas que observam dados de fala das crianças e buscam estabelecer um perfil de aquisição e/ou considerações sobre as diferenças individuais. A PUCRS já consolidou uma tradição no desenvolvimento de pesquisas sobre aquisição da linguagem, que são principalmente realizadas no Centro de Pesquisa sobre Aquisição e Aprendizagem da Linguagem (CEAAL) (6), sob a coordenação da professora Regina Ritter Lamprecht. Esse centro organiza o ENAL - Encontro Nacional sobre Aquisição da Linguagem, que promove trocas e debates sobre os principais direcionamentos dos estudos em aquisição da linguagem realizados no Brasil. O Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS conta com um expressivo número de pesquisas de mestrado e doutorado (7) sobre fonologia, desvios fonológicos, bilingüismo, língua de sinais, metáforas, semântica, consciência fonológica (8), aquisição da escrita (Lamprecht, 2003). No entanto, muito ainda está por ser desvendado com relação à aquisição da linguagem. A Educação brasileira hoje. Considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação, é através da produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. A escola ou a faculdade tornaram-se ilusoriamente para algumas pessoas locais de grande importância para a ascensão social e muitas famílias tem investido muito neste setor, mas o Brasil continua ainda tendo a escola e principalmente a universidade voltada para a elite. Contudo, ao olhar para o cenário atual da educação brasileira, fica claro que estamos longe de um ensino de qualidade. Enquanto se fala em PCNs, Piaget e Vygotsky para lá e pra cá, em construtivismo e outras coisas a mais, temos escolas superlotadas de alunos que não se interessam por nada do que se ensina ali, o que é ensinado é algo considerado supostamente importante para a vida dos alunos, e os interesses desses alunos não são levados em conta. As escolas continuam se estruturando como há muito tempo atrás, estipulando um número de anos para desenvolver um determinado curso, traz as tradicionais matérias do currículo, desenvolve uma série de conhecimentos gerais que eventualmente possa um dia servir para que o aluno utilize no mercado de trabalho ou na sua vida. Sem falar que a escola até hoje está presa ao antigo quadro e giz o que não é suficiente para reter a atenção dos alunos acostumados aos avanços tecnológicos. Os cursos oferecidos são longos com conteúdos específicos, o aluno estuda como, por exemplo, Língua Portuguesa, Matemática e Geografia dentro de um currículo fechado desconectado da realidade, o que não faz sentido porque as mudanças acontecem rapidamente na sociedade e a escola precisa caminhar junto com essa evolução. As escolas brasileiras não estão atentas com as mudanças que ocorrem em todos os setores da sociedade, o que é indispensável para que possa se reestruturar para atender as novas necessidades que vão surgindo. A nossa escola hoje continua oferecendo uma série de informações, que não sabemos para que servem, e qual é a finalidade e a qual necessidade vai atender. A educação pública brasileira trabalha com um padrão mínimo de qualidade que nem mesmo a LDB especifica que mínimo é esse.No Brasil vejo uma mistura de tendências pedagógicas, onde a tendência neoliberal está cada vez mais presente. Infelizmente a ideologia fatalista e imobilizante do discurso neoliberal está a solta, e nossas escolas públicas de ensino básico estão sucateadas, foram deterioradas pela má administração pública, a corrupção, o descaso para com alunos e professores.

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