sexta-feira, 2 de março de 2012

O menininho, de Helen E. Buckley


...para refletir...

O menininho, de Helen E. Buckley:
 
Era uma vez um menininho que contrastava com a escola bastante grande. Uma manhã a professora disse que os alunos iriam fazer um desenho.

- Que bom! -  Ele gostava de fazer desenhos. 
Ele pegou sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar. Mas a professora disse para esperar, que ainda não era hora de começar. E ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, disse a professora, nós iremos desenhar flores.
- Que bom! - pensou o menininho. Ele gostava de desenhar flores e começou a desenhar flores com lápis rosa, azul e laranja. Mas a professora disse que ia mostrar como fazer. 
E a flor era vermelha com caule verde.
- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isso. Ele virou o papel e desenhou uma flor igual à da professora. 
Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre, a professora disse que os alunos iriam fazer alguma coisa com o barro. 
- Que bom! - pensou. Ele gostava de trabalhar com barro.
Ele pensou que podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e amassar a sua bola de barro. Mas a professora disse para esperar. 
E ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, disse a professora, nós iremos fazer um prato.
- Que bom! - pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.

A professora disse que era para esperar, que iria mostrar como fazer.

E ela mostrou a todos como fazer um prato fundo.
-  Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o próprio prato e gostou mais do seu, mas ele não podia dizer isso. Amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato fundo igualzinho ao da professora.
E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo ele não fazia mais coisas por si próprio.
Então, aconteceu que o menininho e a sua família se mudaram para outra cidade, e o menininho tinha que ir para outra escola. 

Esta escola era ainda maior que a primeira. 

E no primeiro dia, a professora disse que os alunos fariam um desenho:
- Que bom! - pensou o menininho, e esperou que a professora dissesse o que fazer. Ela não disse. Apenas andava pela sala. Quando veio até o menininho disse:
- Você não quer desenhar?
- Sim, mas o que vamos desenhar?
- Eu não sei, até que você o faça.
- Como eu posso fazê-lo?
- Da maneira que você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber qual o desenho de cada um?

- Eu não sei. - disse o menininho.

E começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde.

“The little boy” de Helen Buckley foi publicado originalmente na revista The School Arts, em outubro de 1961.

...aproveitem...
Luiz.

2 comentários:

  1. isso é muito interessante para refletirmos sobre nós mesmos e aquilo que achaos que e o correto, não só quando crianças mais mesmo como adultos pareçe que aquilo que nós temos em mente tá errado e esperamos a ordem de terceiros para realizar tarefa que sabemos fazer de outra maneira muitas vezes mais fácil ou masi interessantes mais não o fazemos esperando ordens, é para refletir mesmo até onde vai a liberdade de expressão
    Att: Milene

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